Chapter 7: Ocean is There

About

Encontrar o trabalho de Izumi Ueda Yuu é sentir conforto e desconforto ao mesmo tempo. O consolo trazido por objetos familiares — barcos e especialmente sapatos — distrai-nos das condições precárias presentes, e embala-nos numa aceitação. Rodeados por substâncias calcárias, sentimos-nos atordoados e até felizes, mas a sensação rapidamente se transforma em pressentimento. A nossa respiração encurta à medida que a terra se desloca. Pensamos que podemos ter sido enganados. Talvez estivéssemos demasiado sonolentos ou preguiçosos para compreender como objetos aparentemente insignificantes podem conter o cosmos inteiro ou a certeza da morte. Tal como num sonho, sólidos dissolvem-se e ouro transforma-se em palha. Solo transforma-se em ar, música transforma-se em sal. Um botão torna-se uma estrela. O rio leva-te, permite-te pensar que sabes o que é real, mas acordas e descobres que chegaste a outro lugar: um lugar antigo, mas ainda em desdobramento e por descrever. Ocean is there.

To encounter the work of Izumi Ueda Yuu is to feel comfort and discomfort all at once. The solace carried by familiar objects — boats and especially shoes —  distracts us from the precarious conditions at hand, and lulls us into acquiescence. Surrounded by chalky substances we feel dazed and even happy, but the sensation quickly lapses to foreboding. Our breath shortens as the earth shifts. We think we may have been tricked. Perhaps we were too sleepy or lazy to comprehend how minor-seeming objects can contain the entire cosmos or the certainty of death. As in a dream, solids dissolve and gold turns to straw. Soil turns to air, music turns to salt. A button becomes a star. The river takes you, allows you to think you know what is real, but you wake to find you have arrived somewhere else: in a place ancient but still unfolding and yet to be described. Ocean is there.

Joy Amina Garnett
Diretora de Arte / Art Director Evergreen Review